ATA DA VIGÉSIMA OITAVA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 27.04.1998.
Aos vinte e sete dias do mês
de abril do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos
Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante
a Sessão, compareceram os Vereadores Henrique Fontana e Luiz Braz. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima
Sexta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pela
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 28/98 (Processo nº 854/98); pelo Vereador João Carlos Nedel, 02
Pedidos de Providências; pelo Vereador Luiz Braz, o Pedido de Informações nº
50/98 (Processo nº 1284/98); pelo Vereador Nereu D'Ávila, o Pedido de
Informações nº 49/98 (Processo nº 1276/98); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 04
Pedidos de Providências; pelo Vereador Paulo Brum, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador Renato Guimarães, o Projeto de Lei do Legislativo nº 52/98
(Processo nº 1269/98); pela Vereadora Tereza Franco, 18 Pedidos de Providências
e a Indicação nº 32/98 (Processo nº 1312/98). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios
nºs 179/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 01/98, do Vereador
Carlos Garcia, Presidente da Comissão Especial constituída com a finalidade de
analisar o Processo nº 587/98 – Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/98;
01/98, do Vereador Lauro Hagemann, Presidente da Comissão Especial constituída
com a finalidade de analisar o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96 –
Processo nº 1612/96; 19/98, do Doutor Paulo Schuller Maciel, Presidente da Associação
dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul –
AHRGS; 52/98, do Senhor Paulo Vidal, Deputado Estadual/RS; 72/98, do Senhor
João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Porto-Alegrense de
Turismo S/A – EPATUR; s/nº, do Senhor João Paulo Flores, Assessor de
Comunicação Social da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN;
Telegramas: do Senhor Beto Albuquerque, Deputado Estadual/RS; do Senhor Antônio
Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul; do Deputado Ivo Sartori,
Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor João Carlos Bona Garcia,
Chefe da Casa Civil do Estado/RS. A seguir, face a solicitações dos Vereadores
Clovis Ilgenfritz e Clênia Maranhão, foi realizado um minuto de silêncio em
homenagem póstuma ao Jornalista Carlos Contursi e à Senhora Maria Tereza
Mariano, falecidos ontem, tendo o Vereador Lauro Hagemann manifestado-se acerca
da solicitação formulada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Maria Helena
Machado, representante da Associação dos Moradores da Vila Nazaré, que
manifestou o posicionamento dos moradores das comunidades Severo Dullius, Vila
Dique, Vila Floresta e Vila Nazaré a respeito do projeto de expansão do
Aeroporto Internacional Salgado Filho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Lauro Hagemann, reportando-se ao tema da Tribuna Popular, discorreu sobre a
participação da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação no processo de
negociação entre a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária,
INFRAERO, e os moradores das áreas que serão afetadas com as obras de expansão
do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a presença do Advogado Carlos Pestana, do Departamento Municipal de
Habitação - DEMHAB, e do Arquiteto André Kern, da Secretaria de Planejamento
Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Décio Schauren analisou
discussões realizadas entre o Governo Estadual, o Governo Municipal e a INFRAERO, no sentido de
encontrar uma saída viável para o reassentamento das famílias que ora ocupam a
área destinada à expansão do Aeroporto Internacional Salgado Filho. O Vereador
Elói Guimarães, ao questionar a viabilidade do projeto de expansão do Aeroporto
Internacional Salgado Filho, teceu considerações a respeito de normas
internacionais de segurança que vedam a existência de habitações em locais próximos
à área de pouso e decolagem dos aeroportos. Às quatorze horas e quarenta e três
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, tendo os mesmos sido
retomados às quatorze horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência
de "quorum". Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do
Frei Irineu Costella, da Paróquia de Santo Antônio, convidando-o a integrar a
Mesa dos trabalhos e informando que Sua Reverência estava em visita à Casa, a
fim de proceder à entrega de imagem de Santo Antônio, que permanecerá na Sala
da Presidência deste Legislativo. Ainda, registrou a passagem, no dia vinte e
cinco de abril do corrente, do aniversário do Vereador Antônio Losada. Em
continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Frei Irineu Costella,
que saudou aos presentes e desejou sucesso nas atividades dos Senhores Vereadores.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à
Lei Orgânica nº 02/98, discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Reginaldo
Pujol e Nereu D'Ávila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 54/91, este discutido pelo Vereador Nereu D'Ávila, os
Projetos de Lei do Legislativo nºs 49/98 e 10/96, este discutido pelos
Vereadores Guilherme Barbosa e Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 04/98, este discutido pelo Vereador João Carlos
Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 48 e 45/98 e 50/96, os dois
últimos discutidos pelo Vereador João Carlos Nedel, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 06/97, este discutido pelo Vereador José Valdir.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão registrou o transcurso,
hoje, do Dia das Trabalhadoras Domésticas, ressaltando a importante função
exercida por essa categoria e discorrendo sobre a necessidade de que sejam
efetivamente consolidados todos os direitos trabalhistas expressos na Constituição
Federal. A Vereadora Tereza Franco cumprimentou as empregadas domésticas pelo
seu dia, salientando que, com a ampliação da participação feminina no mercado
de trabalho, a importância do trabalho realizado pelas empregadas domésticas torna-se
cada vez mais evidente. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do
Professor Carlos Dayrell e do Senhor Francisco Milanez, Presidente da
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - AGAPAN, convidando-os a
integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Vereador Gerson Almeida
que, em nome da Casa, saudou os visitantes, registrando que amanhã, às dezenove
horas, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, será realizada Sessão Solene destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Carlos Dayrell. Após, face à
Questão de Ordem suscitada pela Vereadora Maria do Rosário, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos sobre o procedimento a ser adotado quanto à tramitação
de projetos que tenham o mesmo objeto, e deferiu solicitação verbal da mesma
Vereadora, no sentido de que sejam realizados estudos, a fim de que o assunto
possa ser totalmente esclarecido. Ainda, registrou a presença do Senhor Jorge
Carpes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu
considerações acerca de Ação Direta de Inconstitucionalidade intentada pela
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a qual buscava proibir a utilização de
poços artesianos na Cidade, informando que o referido pedido foi julgado
improcedente pelo Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul. A seguir, o Senhor Presidente informou que o Frei Irineu Costella
procederia à entrega de “compact discs”, intitulados "Preces - Frei Irineu
Costella - Paróquia Santo Antônio do Partenon", aos Senhores Vereadores.
Às quinze horas e cinqüenta e dois minutos, o Senhor Presidente declarou
suspensos os trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Às quinze
horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de
"quorum", foram reabertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA,
sendo aprovado Requerimento verbal do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando
alteração na ordem de
apreciação dos projetos. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
15/98, por vinte e cinco votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Juarez Pinheiro, Elói Guimarães, Carlos Garcia, Reginaldo Pujol, Pedro Américo
Leal, Clovis Ilgenfritz, Cláudio Sebenelo e Paulo Brum, em votação nominal
solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique
Fontana, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Às dezesseis
horas e quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, tendo
os mesmos sido retomados às dezesseis horas e quarenta e um minutos, constatada
a existência de "quorum". Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 22/98, este após ser encaminhado à
votação pelo Vereador Carlos Garcia, e o Projeto de Lei do Executivo nº 12/97.
Na ocasião, o Vereador João Motta registrou a visita à Casa, amanhã, do
Economista Jorge Luiz Coraggio, o qual participará de reunião da Comissão de
Constituição e Justiça, e prestou informações acerca da programação a ser cumprida
na Cidade por Sua Senhoria. Também, o Vereador Henrique Fontana informou que
será realizada hoje, às dezoito horas, no Salão de Atos da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul - UFRGS, audiência pública em defesa dessa Universidade.
Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 101/97.
Na ocasião, foi votado Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando o
adiamento da discussão deste Projeto por uma Sessão, o qual recebeu onze votos
SIM e três votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli
Sell e Pedro Ruas, em votação nominal solicitada pelo Vereador Pedro Ruas,
tendo votado Sim os Vereadores Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, José Valdir, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os Vereadores
Adeli Sell, Guilherme Barbosa e Juarez Pinheiro, votação esta considerada nula
face à inexistência de "quorum" deliberativo. Na oportunidade, face à
Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Pedro Ruas, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca do processo de discussão e encaminhamento à
votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 101/97. Também, o Vereador Adeli
Sell manifestou-se acerca dos registros referentes ao horário de término da
presente Sessão. Às dezessete horas e seis minutos, constatada a inexistência
de "quorum" deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Paulo Brum e secretariados pelos
Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Sugiro a V. Exa., ao egrégio Plenário e
a todos presentes, que façamos uma saudação, um minuto de silêncio, uma
homenagem póstuma a um grande batalhador, um homem de uma invejável compostura,
Jornalista, Fotógrafo e um dos mais chegados assessores do Sr. Leonel Brizola e
de todos nós. Um homem que trabalhou pelo Rio Grande com a fotografia e o
jornalismo, Carlos Contursi, que faleceu na madrugada de ontem.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Temos uma outra triste notícia. Faleceu
uma grande líder comunitária da nossa Cidade, a Sra. Maria Tereza Mariano que
inclusive sempre teve uma participação muito grande nos eventos comunitários
que esta Casa realizava. Ela faleceu na madrugada de ontem e o seu enterro será
hoje às 16h. Peço que façamos um minuto
de silêncio.
O SR. LAURO HAGEMANN (Requerimento): Eu apenas ia secundar o que pediu o
Ver. Clovis Ilgenfritz a respeito de Carlos Contursi. Como jornalista e
fotógrafo é uma reverência que se deve. A categoria toda deve ao Carlos
Contursi momentos de lições inexcedíveis. O incurso dele pela via política se
deu posteriormente. Prefiro recordá-lo como profissional do jornalismo. Ele foi
nosso colega durante 50 anos e é em relação a esse aspecto que devemos
recordá-lo. Ainda há pouco conversando com o Sr. Adaucto, recordávamos da gloriosa
Campanha da Legalidade, na qual o Contursi desempenhou, junto com Hamilton
Chaves, papel decisivo, e de cujo episódio o Adaucto e eu somos uns dos poucos
remanescentes. Espero que a história nos entenda e não nos imprima o mesmo rumo
dos antecedentes com tanta pressa.
Um
minuto de silêncio é uma homenagem respeitosa
à memória de Carlos Contursi.
O SR. PRESIDENTE: Os Requerimentos estão aceitos. Solicito
a todos que, por favor, de pé, possamos
observar um minuto de silêncio.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
Passamos
à
A
nossa Tribuna Popular, hoje, de acordo com o art. 100, da Lei Orgânica do
Município, será utilizada pela Associação dos Moradores da Vila Nazaré. Quero
dizer que todos são muito bem-vindos aqui neste Plenário, pois podemos, assim,
vislumbrar um Legislativo com a participação do povo, que vem aqui reivindicar
seus direitos .
O
assunto é a posição das comunidades Severo Dullius, Vila Dique, Vila Floresta e
Vila Nazaré a respeito do Projeto de Expansão do Aeroporto Salgado Filho.
Está
com a palavra a Sra. Maria Helena Machado.
A SRA. MARIA HELENA MACHADO: Boa-tarde a todos. Sou moradora da Vila
Dique e estou representando as Associações de Moradores da Vila Nazaré, Severo
Dullius, Vila Florestas e os moradores
da Vila Dique.
Conforme
conhecimento de todos, o Governo do Estado, a INFRAERO, estão realizando a
ampliação do Aeroporto Salgado Filho, que será um ganho para o Estado e um
prejuízo para a comunidade local. Nos referimos às indefinições e informações
que chegam de forma confusa e incompleta deixando as famílias inseguras quanto
ao que virá futuramente. No complemento do Convênio Terceiro estão previstas as
áreas a serem atingidas pela expansão do Aeroporto Salgado Filho, Área 12,
Landel de Moura, Área 14, Av. das Indústrias, Área 15, Jardim Floresta e Área
17, Vila Dique, Área 18, Severo Dullius. Portanto, não está prevista a remoção
da área onde se localiza a Vila Nazaré com aproximadamente cinco mil famílias,
mas, conforme o mapa, é objeto de decreto de utilidade pública.
Diante
disso, solicitamos à Câmara Municipal de Vereadores, à CUTHAB, ao Governo do
Estado, INFRAERO, que assumam oficialmente o compromisso com as comunidades
envolvidas, para que tenhamos informações não apenas através de jornais, mas
que prestem dados corretos com definições claras quanto às datas para
reassentamentos, operacionalização das desapropriações, respectivos critérios
de avaliações e que serão responsáveis pelo processo.
Temos
aqui o mapa onde mostra que a Vila Nazaré é uma área necessária para proteção
do aeroporto e é área a ser desapropriada. As informações que chegam até nós,
por exemplo, esta de novembro de 1997: “As obras de ampliação do Aeroporto
Salgado Filho. Nenhuma família será removida sem que haja negociação, garantem Governo
do Estado e INFRAERO”. “Aeroporto tem 35% de obras determinadas.” Aqui temos
uma reportagem do dia 2 de abril, publicado pela “Zero Hora”: “Como estão os
trabalhos?” que traz a situação das obras de ampliação e modernização do
Aeroporto Internacional Salgado Filho. É uma preocupação muito grande das
comunidades, porque somos todos moradores e estamos correndo risco, sem que
haja uma negociação concreta. Estamos trabalhando junto com a CUTHAB, mas
estamos meio sem rumo na vida, daqui a pouco podem nos dizer que temos que
sair. Eu pergunto, em nome dos nossos
companheiros: para onde vamos? Não temos local definido, não sabemos para onde
vamos e nem como vai ser. Temos escolas, posto de saúde e creches comunitárias
nas comunidades, junto com o Orçamento Participativo, e queremos melhorar cada vez mais. Contamos com o
apoio de todos. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
pelo PPS.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e comunidades
próximas ao Aeroporto que nos visitam esta tarde. A Comissão permanente da
Casa, CUTHAB, desde o ano passado, vem recebendo visitas das comissões de
moradores daquela região. Esse assunto não é novo. A construção de um novo
Aeroporto já é muito antiga, data de mais de 30 anos, mas agora se aguçou com
as novidades acontecidas no processo de reurbanização da Cidade, da ampliação,
da importância de Porto Alegre como uma cidade central do Mercosul. Por uma
série de circunstâncias, aquela região onde hoje está o Aeroporto Salgado Filho
está a merecer das autoridades um tratamento diferente. O mesmo não está
acontecendo com os moradores do entorno. Nós também já reclamamos junto à
INFRAERO, que tem comparecido às reuniões da CUTHAB. O Governo do Estado, o
próprio Município, já fez um levantamento daquela área. Não há uma estimativa,
ainda, oficial, mas eu calculo que ao redor de 10 mil pessoas vão ser atingidas
por aquela obra. Não será só a Vila Nazaré, a Vila Dique, a cabeceira do
aeroporto, uma parte nova da Cidade no prolongamento da Rua Ouro Preto, à
esquerda da Av. Sertório que está asfaltada, urbanizada, com edificações de 2
ou mais andares, empresas que se fixaram ali, vai haver todo um transtorno para
uma imensa área da Cidade e a preocupação deve ser exatamente essa manifestada
pela oradora que me antecedeu na tribuna: onde colocar as pessoas que vão ser
atingidas? Eu penso que isso deve ser uma ação conjunta dos Governos Federal,
Estadual e Municipal, cada um dentro da sua esfera de competência porque o
aeroporto vai ser construído e, segundo informações da INFRAERO, vai ser um
aeroporto de carga, a pista vai ser ampliada por mais 1 Km ou talvez mais até.
Vai atingir a Vila Nazaré. As equações de engenharia não se sabe quais são,
terão que ser superadas, inclusive, o dique vai ter que ser atravessado para
que a pista possa se prolongar. Mas, isso é outra história. Nós, aqui, em nível
municipal devemos estar preocupados é com o destino das pessoas que vão ser
afetadas. Existem áreas abertas na Cidade, ali, mesmo, no próprio
prolongamento, mais à esquerda, existem áreas enormes à disposição para
assentamento de novas comunidades, mas essas áreas, hoje, não estão em
condições de receber ninguém, são alagadas, terá que haver um tratamento, e esse tratamento só pode ser
feito através de grandes obras. E têm razão quando dizem que não é só o aspecto
financeiro, comercial que interessa; e o aspecto social, onde vai ficar? Nós
temos que ter essa preocupação. Tenho dito isso várias vezes em programas de imprensa,
mas há que se ter um comprometimento com o futuro dessas populações. É muita
gente envolvida.
É
claro que é um avanço para a Cidade, não estamos pretendendo - e penso que
ninguém de sã consciência está pretendendo isso - retardar o progresso, mas é
preciso ter respeito por aqueles que lá já se encontram há muito tempo.
Penso
que a campanha de vocês é saudável e respeitável - sobretudo -, e precisamos
atentar para isso. E eu faço votos, espero e insisto que as entidades de
moradores estejam sempre e cada vez mais unidas para preservarem os seus
interesses, e conversarem com as autoridades municipais, estaduais e federais
para que aquele problema do aeroporto - o prolongamento da pista e a ampliação
do aeroporto - seja um assunto que possa ser resolvido no nível dos interesses de toda a comunidade, e não
só dos interessados no desenvolvimento econômico. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Anuncio a presença do advogado Pestana,
Superintendente do DEMHAB, e do arquiteto André Kern, da Secretaria de
Planejamento Municipal, para prestar quaisquer informações que os Srs.
Vereadores precisem sobre o assunto.
O
Ver. Décio Schauren falará pela Bancada do PT.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Srs.
visitantes moradores das vilas próximas ao aeroporto. Mais uma vez está por
acontecer, ou já aconteceu, o início de uma obra que nós, sem dúvida,
entendemos que é importante para a nossa Capital, mas o Governo do Estado e a
INFRAERO fizeram um projeto de ampliação do aeroporto, todavia esqueceram das
pessoas que moram nas áreas que serão atingidas pela ampliação do
aeroporto.
Quero
dizer, que a CUTHAB, Comissão da qual sou Presidente, iniciou, no ano passado,
tratativas para garantir a moradia das pessoas que estão nessas áreas e, neste
ano, continuamos as tratativas. Já foram oficiados a INFRAERO e Governo do
Estado sobre essa questão, pois queremos saber quais as famílias que serão
removidas, quais são os prazos e para onde irão essas famílias. Nós entendemos
que o Governo do Estado e a INFRAERO têm que fazer tratativas com o Município,
com o DEMHAB, porque deve assumir, conjuntamente, essa questão.
O
Governo do Estado tem que assumir o problema das remoções, em função da
ampliação do aeroporto.
Nós
queremos saber, também, se essas famílias serão indenizadas, pois nessas áreas
existem casas de muito boa qualidade de propriedade de pessoas que lá residem
por mais de trinta anos.
Sabemos
que, recentemente, foi realizado um convênio do Município com a INFRAERO e já solicitaremos
do Executivo mais informações acerca dessa questão. Porém, entendemos que o
Município deveria ter o poder, sim, de aprovar Projeto desse tipo, e,
inclusive, não deveria aprovar esse Projeto sem que fossem garantidos os
destinos e direitos dessas pessoas que estão nessas áreas.
Nós
entendemos que assim como a CUTHAB, a nossa Câmara de Vereadores inteira deve
se preocupar com essa questão. Como já disse aqui, o Ver. Lauro Hagemann, - que
também é integrante da CUTHAB - trata-se do destino de mais ou menos dez mil
pessoas, e isso não é pouca coisa. Essa é uma questão que deve nos preocupar
profundamente porque não é fácil assentar dez mil pessoas. Então, a CUTHAB já
tem, inclusive, a proposição de fazer uma reunião com todos os setores
envolvidos: Governo do Estado, INFRAERO, a própria CUTHAB, Governo
Municipal, e os moradores das vilas
envolvidas para, de uma vez por todas, tranqüilizar essas pessoas e assegurar o
destino e o direito de moradia, inclusive, questões de indenização. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a
palavra pelo PDT.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, Sra.
Maria Helena Machado, que representa, aqui, a comunidade em torno do Aeroporto
Salgado Filho, a qual cumprimento. Há aproximadamente 20 anos viemos
acompanhando essa movimentação que se dá em torno do Aeroporto Internacional
Salgado Filho. Há um Bairro específico, Vila Floresta, onde existe um enclave
e, já faz quase 30 anos que o Governo Federal declarou a área de utilidade
pública para fins de desapropriação. Vejam bem, não há nenhum decreto
declarando desapropriada a área, apenas há um decreto declarando de utilidade
pública para fins de desapropriação. Não há, portanto, nenhum ato concreto, no
ponto de vista legal de desapropriação. Na verdade, as autoridades do
Ministério da Aeronáutica, e de resto, as autoridades civis, vinculadas à
INFRAERO, têm projetos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de ampliação da pista
do Aeroporto Federal Salgado Filho. Agora, se nós bem examinarmos,
historicamente, o assunto, este não pode ser tratado da forma que pretendem as
autoridades federais porque, principalmente, no que respeita a Vila Floresta, o
Jardim Floresta, estes moradores, chegaram primeiro que o Aeroporto. E todos
eles têm escrituras, documentos de propriedades.
Então,
conhecendo bem as características locais, eu não sei se é possível efetivamente
estender a pista do Aeroporto, considerando aquela obra que existe ali, que é
uma obra feita há mais de cinqüenta anos, contra as enchente, que é o Dique,
não sei se há condições físicas de ampliação do Aeroporto Internacional Salgado
Filho, atingindo concretamente essa comunidade. Então nós achamos, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, que é válido todo o movimento de mobilização, não
pode ser diferente. Agora, uma coisa é área denominada área de risco. Todos os
aeroportos internacionais, inclusive por normas internacionais, têm a chamada
área de risco, que é uma faixa em torno dos aeroportos, onde não pode haver habitação,
é proibido existir habitação. E de cinco e cinco anos o Governo do Estado
expede decretos mantendo a declaração de utilidade pública. E muitas
construções, muitas vezes, são feitas ali, e a população, muitas vezes, têm
dificuldades de fazer construções, porque vão pedir autorizações na Prefeitura
e não conseguem, porque está declarado de utilidade pública. Então, o movimento
deve ser mantido; agora, evidentemente não pode nem ser diferente. O
deslocamento da pessoas terá que vir seguido, indiscutivelmente, da
correspondente indenização. É o mínimo que se pode ter, e não pode nem ser
discutido.
Então,
fica a nossa manifestação para dizer que temos acompanhado este assunto.
Estivemos presentes há alguns anos quando se fazia todo esse movimento, no sentido
de darmos a assistência necessária aos senhores moradores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em nome da Casa saudamos a todos os
senhores e senhoras que vieram até aqui, a Sra. Maria Helena que falou em nome
de toda comunidade, dizendo que é uma obrigação desta Casa estar ao lado dos
senhores que estão lutando pelo direito mais legítimo, que é o direito de
morar. Não poderia ser diferente a atitude de todos os oradores da tribuna, que
defenderam o direito de todos os senhores e senhoras, que é o direito de morar.
É
muito válida esta passagem dos senhores por aqui e estaremos acompanhando e
fazendo todas as gestões no sentido de que este direito dos senhores possa
prevalecer sobre todos os outros direitos. Agradeço mais uma vez a Maria Helena
e a todos os senhores e senhoras, dizendo que a Casa está sempre aberta para
recebê-los a fim de que possamos marchar juntos em busca deste objetivo, que
não é só dos senhores mas acredito que deva ser o objetivo de toda sociedade.
Muito
obrigado a todos pela presença e suspendemos a Sessão por um minuto para as
nossas despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h43min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h46min): Estão reabertos os trabalhos.
Registramos a presença de um grande amigo desta Casa, o Frei Irineu Costella,
da Igreja Santo Antônio. Eu convido o Frei, que está acompanhado de sua
comunidade, a fazer parte da Mesa. Daqui a pouco, teremos a votação de um
Projeto que é de interesse da comunidade de Santo Antônio.
Queremos
cumprimentar o Ver. Antônio Losada, que, no último dia 25, completou mais um
ano de vida. Parabéns e felicidades durante toda a sua vida, Vereador!
Passamos
à
1ª SESSÃO
PROC.
1170/98 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/98, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
dá nova redação ao art. 54 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(eleição da Mesa Diretora)
PROC.
0947/91 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/91, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
modifica o art. 1º da Lei nº 5824, de 22 de dezembro de 1986, que dispõe sobre
a fixação do horário de atendimento ao público nas instituições financeiras do
Município de Porto Alegre e acrescenta parágrafos 1º, 2º e 3º. Com Substitutivo nº 01.
PROC.
0480/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
autoriza o Poder Executivo a implantar uma pista exclusiva para ciclistas,
entre a Av. Baltazar de Oliveira Garcia e a Usina do Gasômetro, denominando-a
“Ciclovia do Trabalhador”, e dá outras providências.
PROC.
1213/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/98, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que
denomina Rua Valdir Antonio Lopes um logradouro público localizado no Bairro
Três Figueiras.
2ª SESSÃO
PROC.
1093/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/98,
de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que dispõe sobre a consolidação das
leis e outros atos normativos do Município de Porto Alegre.
PROC.
0951/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/96, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
dispõe sobre a atividade turística no Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC.
0482/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01 AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/97, de autoria do Ver. José Valdir, que cria
o Sistema Municipal de Ensino de Porto Alegre.
PROC.
1057/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/98, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
autoriza o Executivo Municipal a criar uma Escola Técnica Agrícola de 1º e 2º
Graus em Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
1208/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/98, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui o Dia da Agricultura no Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Antes de passar a palavra para o Ver.
João Carlos Nedel, quero registrar que estivemos, sábado, na Igreja Santo
Antônio, conversando com o Frei Irineu. E ele, naquela oportunidade,
mostrava-me um trabalho muito bonito que é realizado pela Igreja Santo Antônio.
Ela, para difundir a fé em Santo Antônio, faz uma distribuição gratuita de
imagens desse Santo a todos os empresários da Cidade que querem ter a imagem
dentro de sua empresa. Como eu estava lá, perguntei: “E para Câmara, é
possível?” O Frei acenava-me positivamente e pediu-me que escolhesse uma imagem
para trazer à Câmara Municipal. E, hoje, o Frei está fazendo a doação desta
bela imagem de Santo Antônio para a Câmara Municipal.
O SR. FREI IRINEU COSTELLO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de
fato, não só por ser casamenteiro - como o Vereador manifestou -, mas
Santo Antônio opera verdadeiramente maravilhas. Aconteceu numa terça-feira. Eram
umas 18h e não tínhamos pão para
distribuir; dez minutos antes da Missa, chegaram 600 pãezinhos. Todos
exaltaram: “Que maravilha, que felicidade; chegou o pão para a Missa!” Eram
22h, eu estava na Igreja e recebi um telefonema: “Frei, o Senhor não recebeu
pão hoje à tarde?” Eu agradeci, disse a ele que estávamos precisando mesmo e
que os pães chegaram na hora certa. Perguntei, então, com quem estava falando.
“É com o padeiro, mas tem apenas um detalhe: esses pães não eram para a Igreja;
eram para o jantar do Ver. Reginaldo Pujol.” E, até hoje, os pães continuam
sendo distribuídos para os devotos e para os fiéis de Santo Antônio.
E
esta imagem representa, para Câmara, o desejo de que Deus realize maravilhas
significativas.
O SR. PRESIDENTE: Farei um acordo com os Srs. Vereadores
para que esta imagem, que estamos recebendo da Igreja Santo Antônio, seja
colocada na Sala da Presidência, onde terá um local especial. Como todos os
anos muda a Presidência, conseqüentemente, essa imagem será de todos os partidos,
porque esta é uma Casa democrática. Por isso, essa imagem ficará na Sala da
Presidência para que ela seja de toda a nossa Cidade, porque os
Vereadores representam, na verdade, toda a comunidade de Porto Alegre. Queremos
agradecer muito esse presente que nós recebemos da Paróquia de Santo Antônio.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Câmara, hoje, sente-se abençoada, porque já temos o nosso Crucifixo, nosso Pai
maior, solenemente instalado neste Plenário no ano passado. Agora, já temos a
presença de Santo Antônio entre nós, mais a presença do Frei Irineu, grande
amigo desta Casa, divulgador da doutrina social da Igreja e do Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Temos certeza de que este Plenário será muito
abençoado e que, daqui, sairão decisões em prol do bem comum da nossa
sociedade.
O
primeiro Projeto que gostaria de abordar é o Projeto Nº 050/96, de autoria do
Ver. Nereu D’ Ávila, que autoriza a EPATUR a promover cursos de atualização de
guias de turismo. Projeto meritório, mas cabe que o nosso Vereador esclareça
como ficarão esses cursos se a EPATUR for extinta. Essa é a nossa primeira
dúvida.
O
segundo objetivo do Projeto, que precisa ser mais debatido nesta Câmara, é a
obrigatoriedade de que todos os grupos de turistas que ingressarem ou saírem de
Porto Alegre sejam acompanhados por guias de turismo local, cadastrados na
EMBRATUR. Em minha opinião, isso deve ser melhor definido e esclarecido: o que
são grupos de turistas e o que são excursões de turistas. Eu fico a imaginar
que, se lá da minha terra, terra de Licurgo Rocha, que hoje nos visita, São
Luiz Gonzaga, passando por Ijuí, venha uma turma de esportistas ver o jogo do
Grêmio, amanhã, e resolvam passear por Porto Alegre. Essa excursão deverá,
obrigatoriamente, ser acompanhada por um guia cadastrado na EMBRATUR? Sim ou
não? Creio que esse Projeto, meritório que é, deveria ser mais debatido e
melhor esclarecido e detalhado.
O
segundo Projeto, de autoria do Ver. Adeli Sell, é altamente meritório: autoriza
a instalação, em Porto Alegre, de uma Escola Técnica Agrícola de 1º e 2º grau.
Realmente,
é um Projeto muito importante e que já contou com uma Emenda deste Vereador no
Plano Plurianual de Investimentos, aprovado por esta Câmara, vetado pelo Sr.
Prefeito Municipal e, no entanto, derrubado o Veto por esta Casa.
É
um Projeto meritório e surge justamente quando o Projeto do Plano Diretor, em
andamento nesta Câmara, prevê acabar com a área agrícola em Porto Alegre,
transformar toda a área em semi-intensiva e cobrar IPTU.
De
fato, é uma preocupação muito grande, mas
o Ver. Adeli Sell já coloca bons
indícios de que uma área de 30 hectares poderá ser aproveitada, lá na Lomba do
Pinheiro, no Centro Agrícola Demonstrativo, que está à disposição dessa Escola
Técnica Agrícola.
O
terceiro Projeto é da Lei Complementar nº 004/98, do Ver. Hélio Corbellini, que
estabelece a consolidação das leis municipais.
O
Projeto prevê responsabilidades às Secretarias, Autarquias, Fundações e à
própria Câmara de Vereadores, para implantar o Código de Leis Municipais.
Iniciativa
muito importante, porque a Prefeitura não toma qualquer iniciativa para
facilitar a vida do contribuinte porto-alegrense.
A
grande iniciativa que ocorreu foi da Associação dos Inspetores Fiscais do
Município, que editou o Código Tributário do Município.
Saudamos
o Ver. Hélio Corbellini pela sua brilhante iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais
pessoas que assistem a esta Sessão. Neste espaço, eu gostaria de debater dois
Projetos que estão na relação da nossa programação de hoje: o de autoria do Ver.
Nereu D´ Ávila, que propõe uma emenda à Lei Orgânica, dando nova redação ao
art. 54 desse diploma legal. A redação passaria a ser a seguinte: “As reuniões
e a administração da Câmara Municipal serão debatidas por Mesa eleita, por
chapa, a cada ano, pela maioria absoluta dos Vereadores”. É um Projeto de muita
importância, embora possua essa simplicidade na redação.
Com
relação à eleição anual, o Projeto viria, simplesmente, formalizar o que já
estamos praticando. No entanto, o Projeto do Ver. Nereu pretende que a eleição
para a Mesa Diretora, diferente do que se faz atualmente, Ver. Pedro Américo
Leal - e V. Exa. foi relator de um Projeto que está para ser votado em pouco
tempo -, em vez de ser feita cargo a cargo, seja feita por chapa, o que muda,
significativamente, o processo.
Mais
ainda - e considero que, nesse ponto, haveria um retrocesso -: o Projeto
esquece um aspecto em que nós estamos querendo avançar, que é o da
proporcionalidade das Bancadas, critério esse já adotado na Assembléia
Legislativa e no Congresso Nacional . V. Exa., Ver. Pedro Américo Leal, relatou
favoravelmente a isso. Com o Projeto do Ver. Nereu, volta-se atrás. Eu, neste
primeiro momento, além disso a que estou me referindo, Ver. Nereu, ainda não
consigo verificar, exatamente, que implicações viriam a ocorrer numa eleição
por chapa numa Casa como a nossa, em vez de eleição cargo a cargo. Nós temos
que nos aprofundar sobre o tema.
Mudando
de abordagem, o Ver. Jocelin Azambuja apresenta um Projeto que autoriza o Poder
Executivo a implantar uma pista exclusiva para ciclistas entre a Av. Baltazar
de Oliveira Garcia e a Usina do Gasômetro, denominando-a Ciclovia do
Trabalhador e dá outras providências”.
Esse
Projeto do Ver. Jocelin Azambuja não é inédito, já tramitou na Casa, é um Projeto
de 1996, que tem um parecer da Auditoria, Setor jurídico da Câmara, que foi
renovado com o mesmo teor. É o típico
Projeto que invade a esfera de atribuições do Prefeito. Talvez seja este um dos
Projetos que mais tem esta característica, esta é uma iniciativa do Chefe do
Executivo.
Como
se isso não bastasse, o Vereador não diz de onde virão as verbas para uma
ciclovia como essa, com a extensão proposta, que com certeza custará muito
dinheiro, pois precisará de muitas desapropriações. Além do mais, o Ver.
Jocelin Azambuja é um Vereador corajoso, pois ele propõe um traçado inteiro,
vindo desde a Sertório até a Usina do Gasômetro, dizendo as ruas por onde vai,
por onde dobra. Enfim, é muita coragem, que nenhum profissional da área técnica
seria tão ligeiro para fazer um Projeto dessa amplitude. Embora reconheça o
mérito da discussão, que a nossa Cidade precisa de ciclovias. E o Executivo
Municipal já está encaminhando isso, na elaboração de um Plano Diretor de
Ciclovias na Cidade. Porque não dá para tirar da manga, tirar da cachola, de
repente, um traçado: pode ser que aqui seja bom uma ciclovia com esse traçado,
e dá um nome para ela. Isso não é brincadeira, precisa de muito investimento,
precisa de muita segurança para os ciclistas. Não podem as ciclovias atrapalhar
o trânsito, o que seria o próprio contra-senso.
Neste
momento, já quero manifestar o meu voto contra ao Projeto do Ver. Jocelin
Azambuja. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, registrando as presenças gratas que temos
entre nós, abordamos os assuntos relacionados com a Pauta, Discussão
Preliminar, especialmente àqueles que já foram objeto, inclusive de alguma
consideração aqui na Casa.
Evidente,
Sr. Presidente, que algumas coisas precisam ser ditas, quando se analisam
alguns Projetos. O Projeto do Ver. Nereu D’Ávila, no que diz respeito à forma
de eleição da Mesa Diretora, se nominal, ou através de chapa, será ainda objeto
de muita consideração. Como de resto, são os Projetos que dizem respeito a
modificação da Lei nº 5824, que dispõe sobre a fixação de horário de
atendimento ao público nas instituições financeiras do Município. Agora, o que
está chamando ao debate é essa proposta do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza
o Poder Executivo a reimplantar uma pista para ciclista, entre a Av. Baltazar
de Oliveira Garcia e a Usina do Gasômetro, que já foi fulminada, por assim
dizer, pelo Ver. Guilherme Barbosa, que diz que é uma irresponsabilidade se
fazer esse tipo de proposta, na medida em que o Executivo vem estudando um
Plano Diretor Cicloviário para a Cidade de Porto Alegre. Eu não me conformo com
esse tipo de análise. Observo que estão saindo do Plenário as pessoas que
vieram aqui, hoje, compelidas pela necessidade de verem discutido um assunto
relativamente à ampliação do aeroporto de Porto Alegre. Quando foram saudadas
essas pessoas se dizia que, agora, seriam tomadas algumas providências. O
aeroporto de Porto Alegre, no que diz respeito à discussão de quem construiria
a obra, levou uns dois ou três anos. Esse assunto está sendo discutido há 10
anos e, agora, quando as obras começam a andar é que surge a colocação de que o
Governo do Município estaria estudando, mas isso tinha que ter sido estudado há
muito tempo.
O
Ver. Jocelin Azambuja faz certo ao entrar com o Projeto de implantação da
ciclovia para ver se “cutuca com vara curta” o Governo do Município, que há 10
anos está estudando o Plano Diretor cicloviário de Porto Alegre. Todos
reconhecem que as ciclovias são necessárias numa cidade como Porto Alegre, mas
não existe, concretamente, nada nesse sentido. Não dá para dizer que o Projeto
Autorizativo do Ver. Jocelin Azambuja é um Projeto mau. Não! Ele tem no seu
substrato um grande elemento detonador do retorno à discussão dessa situação. O
que não podemos, Sr. Presidente, é que toda vez que surge alguma coisa na Casa
dizer-se que está em estudo no Município; não se pode implantar lotação na
Restinga ou no Parque dos Maias, porque está em estudo no Município; não dá
para implantar a ciclovia, porque está em estudo no Município.
Para
resolver o problema dos moradores das
áreas adjacentes à ampliação do aeroporto vão se reunir o Governo do Estado, o
Governo Federal, e não sei quem mais, agora, quando já está mais do que “pá lá”
de dialogado, para discutir o problema.
O
Ver. Jocelin Azambuja, com esse Projeto, detona a discussão. Não vai ser objeto
de convencimento de qualquer pessoa bem-intencionada essa informação que surge,
sempre, toda vez que vem um Projeto um pouco diferente para a Casa, quando vem
a informação de que o Executivo está estudando; de que há um grupo de trabalho;
de que há uma comissão, etc. No Executivo se estuda tudo, tem um grupo de trabalho
para isso, tem uma comissão que está estudando. Enfim, no Executivo se estuda
tudo, e nós estamos querendo que esses estudos aflorem, venham à tona. Então,
da mesma forma que o Ver. Guilherme Barbosa, por antecipação, diz que votará
contra esse Projeto, vou cuidar desse Projeto, porque enseja excelente
possibilidade para que aquela campanha, que iniciou há 20 anos nesta Casa, pelo
Ver. Frederico Barbosa, que cobrava insistentemente a implantação de ciclovias
na nossa cidade, que possa retornar à discussão, de forma objetiva. Agora nós
temos um Projeto, ele é bom? Parece-me ser razoável. É ruim? Eu não tenho essa
opinião. De qualquer sorte, ele é o elemento detonador da discussão. Vamos em
cima dele, reabrir esse debate, trabalhar em cima de soluções objetivas que
determinem a equação do problema, reconhecido por todos. O discurso sempre é:
Porto Alegre precisa de ciclovias. Na verdade, não se trabalha objetivamente
para que Porto Alegre tenha ciclovias, por todos reconhecido como necessário e
fundamental.
No
resto, vamos aguardar a hora de poder, na Ordem do Dia, votarmos o Projeto que
traz tantas pessoas da Paróquia de Santo Antônio, do Partenon, e que,
certamente, vai merecer o apoio da Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra, para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, é um prazer muito grande receber tão ilustres porto-alegrenses na
nossa Sessão desta tarde.
No
tempo de Liderança do meu Partido, o PMDB, uma homenagem a uma categoria
profissional, a uma categoria formada basicamente por mulheres e que, assim
como outras categorias, majoritariamente femininas, tem tido uma enorme
desvalorização da sua mão-de-obra. Eu estou falando das mulheres trabalhadoras
domésticas, porque hoje é o seu Dia das Trabalhadoras Domésticas. Nós, as mulheres, mais do que ninguém, sabemos da
importância do trabalho doméstico, principalmente, as mulheres que desenvolvem
atividades fora de casa e que ocupam a sua mão-de-obra no mercado de trabalho e
que, para isso, precisam recorrer ao contrato de outras mulheres que, no
dia-a-dia, desempenham, em nossa casa, o cuidado com as crianças e com a
administração do lar. É para essas mulheres que aprenderam a arte de
administrar diferentemente o seu dia, prestando assistência às famílias e às
famílias das pessoas para quem trabalham
é que falamos nesta tarde. Exatamente como trabalhadoras que essas
mulheres precisam incorporar, na prática, aquelas conquistas asseguradas na
Constituição, mas que estão, na maioria das vezes, tão distantes de serem
incorporadas na prática do seu dia-a-dia. Poderíamos citar, como exemplo, a
jornada diária de oito horas, o pagamento das horas-extras, o descanso dos
feriados e dos fins de semanas, a estabilidade de emprego, o adicional noturno
e tantas outras conquistas que são parte conquistada em outras categorias
profissionais, mas, no caso das trabalhadoras domésticas, muitas vezes, fica só
no papel. O trabalho doméstico é aquele trabalho difícil de ser valorizado
porque ele não é um trabalho executado na área pública, ele tem pequena
visibilidade, ele é mais visível quando falta, ele é desenvolvido dentro de
casa, no espaço privado, particular, e talvez seja por isso que é tão difícil
essa relação de trabalho desta categoria profissional. Sabemos o quanto é
difícil contratar uma trabalhadora doméstica quando, na nossa sociedade, pela
ausência de uma política de formação de mão de obra que priorize a formação da
mão de obra das mulheres, tem, na verdade, dificultado em muito a
profissionalização das mulheres para o trabalho doméstico.
Temos,
assim, uma dicotomia, ao mercado empregador há um grande contingente de
mulheres que não tem uma profissionalização capaz de participar de outra
profissão e tentam emprego como trabalhadoras domésticas, mas não têm acesso a
cursos profissionalizantes, a formação de mão-de-obra para que seja aceita como
trabalhadora doméstica, com trabalhos dignos, e com os direitos trabalhistas
garantidos na prática. Falta muito para que as trabalhadoras domésticas possam
ver o seu trabalho plenamente reconhecido, sendo pagas com salários adequados.
Sabemos também que a crise econômica que atinge a classe média da população
tem, inclusive, diminuído muito esse mercado e achatado a mão-de-obra das
mulheres trabalhadoras.
No
Rio Grande do Sul, segundo dados do IBGE, em 1995, o Rio Grande do Sul era o
Estado que mais empregava mulheres, proporcionalmente à média nacional. Aqui a mão-de-obra representa 40,4% da
ocupada no mercado de trabalho, mas a média de salários é mais baixa do que da
dos homens, portanto, recebemos menos, proporcionalmente. As trabalhadoras
domésticas que ocupam mais de 90% do mercado de trabalho representam o grande
contingente da classe trabalhadora que tem seus salários completamente
diminuídos. Reafirmo a nossa homenagem às mulheres trabalhadoras domésticas, e com a esperança de que nesta virada
de século possam ter profissionalizada
a sua mão-de-obra para ter
acesso a outras profissões, ou para que, mantendo-se nessa categoria
profissional, possam ter direito à profissionalização e ao trabalho digno.
Muito obrigado.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE:
A Vera. Tereza Franco está com a palavra para um Comunicação de Líder.
A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero
ocupar esta tribuna para falar da empregada doméstica.
Mais
uma segunda-feira na vida de todos nós. Todos nós conhecemos o velho ditado:
“Por trás de um grande homem há uma grande mulher”. Mas nos dias de hoje, em
que o marido e a mulher trabalham fora, afirmamos que por trás de uma grande
mulher está essa mulher, a empregada doméstica. Hoje é dia mundial dessa mulher
que cuida como se fosse sua uma casa que não é sua, como se fosse sua uma família
que não é sua, como se fosse sua uma roupa que não é sua, administra a cozinha,
a sala, o quarto, a comida, os horários dos nossos filhos irem à escola.
Qualquer empregada doméstica tem um valor inestimável, pois muitas delas acabam
sendo mais mães dos filhos das patroas.
Por
isso, hoje, se você tem uma empregada doméstica, não se esqueça de dar a ela um
presente, nem que seja um abraço afetuoso, pois essa mulher, que não é sua
parente, é alguém que conhece você muito bem e cuida de você, de seus filhos e
de seu marido.
Gostaria
que no dia de hoje, da doméstica, todos nós, nós não, porque eu não tenho, mas
que todos os Vereadores que trabalham aqui e que têm uma empregada doméstica,
que dêem nela um abraço por mim. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, queria aproveitar a
oportunidade da visita do Sr. Carlos
Dayrell, que será homenageado na Sessão Solene de amanhã...
O SR. PRESIDENTE: Essa saudação que V. Exa. faz, está fazendo em nome da Casa. A
Casa se sente honrada em receber o Sr. Carlos Dayrell.
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Muito obrigado, Sr. Presidente.
Certamente todas as Bancadas aprovaram por unanimidade o título e inclusive
asseguraram um rito bem mais rápido do que o usual para que pudéssemos entregar
o título no dia de amanhã para o Sr. Carlos Dayrell, assim como para o
companheiro Presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural,
Sr. Francisco Milanez.
Queríamos
dizer da alegria da Câmara de Vereadores em recebê-los, e do processo bastante
rápido e unânime que todas as Bancadas asseguraram para que o título de Cidadão
Emérito lhe fosse conferido e com certeza, no dia de amanhã, na Faculdade de
Direito, uma particularidade, porque até onde estou informado é a primeira
Sessão Solene que a Câmara de Vereadores fará dentro da Faculdade de Direito da
UFRGS, nós não só teremos as Bancadas dos Vereadores, mas inúmeros cidadãos de
Porto Alegre e todas aqueles amantes da cidade de Porto Alegre e do meio ambiente que lá irão prestar a sua
homenagem ao Carlos Dayrell e ao gesto que muito ajudou na expansão da luta e
da consciência ambientalista em Porto Alegre. Com certeza, amanhã, faremos uma
ótima Sessão Solene que será lembrada como um gesto que ilumina o futuro da luta de todas as Bancadas e de todos os
cidadãos por uma vida melhor, com mais
qualidade na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a
palavra. Ausente. O Sr. Nereu D’Ávila está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está
na Pauta do dia de hoje, entre os Projetos não-incluídos, dois de nossa
autoria. Um deles que foi referido pelo Ver. Guilherme Barbosa e que trata da
mudança da sistemática da eleição da Mesa da Presidência nesta Casa. S. Exa.
obliterou algumas considerações pertinentes porque, naturalmente, não alcançou
o objetivo final do Projeto. Queremos dizer que a nossa intenção é tão somente
diminuir a carga de tempo gasta na eleição para a Presidência desta Casa. Ficou
claro na última eleição do nobre Ver. Luiz Braz que quando S. Exa., após quase
quatro horas de exaustivas conversações e votação unipessoal de cada candidato
aos cargos da Mesa, com a repetição do nome de cada candidato, espantou ao
final a platéia que o Ver. Luiz Braz havia convidado, seus convidados
especiais. Inclusive lembro de que clubes de mães inteiros não puderam esperar
a palavra do Presidente, para não falar nas autoridades. O Presidente do
Tribunal de Justiça teve que retirar-se também.
Então,
para que essas solenidades não sejam tão cansativas e tão longas há que ser
rápida: em vez de se votar o nome de cada um vota-se por chapa. Não há nenhuma
outra intenção, porque tem-se formado, ao longo das legislaturas, e a última
não fugiu à regra, blocos que hegemonicamente dominam a Administração da Casa.
Então,
a manifestação do Ver. Guilherme Barbosa, embora legítima a sua preocupação,
não vale para o caso em tela porque no caso não ressurge a questão da
proporcionalidade das Bancadas, como é o caso da Assembléia e do Congresso. Por
quê? Porque lá eles levam em consideração no Regimento essas questões e,
majoritariamente, as Bancadas maiores têm maior participação. Aqui já houve
acordos que consubstaciaram-se na redefinição de Setores da Casa, como
Comissões e outros, e há a contemplação dos diversos Partidos que fazem parte
do bloco hegemônico que dirige a Casa administrativamente.
A
intenção é tão-somente para que seja, como nos outros Parlamentos, mais rápida
a Sessão de Posse, e que o Presidente, que é a figura proeminente, que vai ter
a responsabilidade da condução do Legislativo, que o seu próprio pronunciamento
não seja esvaziado pela saída, pela demora e pela ausência de todas as pessoas
que aqui vieram prestigiar a posse.
Eu
queria também me referir, era minha intenção ocupar todo o espaço, mas o Ver.
Guilherme Barbosa me proporcionou esta resposta, a respeito de um Projeto nosso
em que nós queremos modificar o horário de atendimento bancário em Porto
Alegre. Em 1986, o Prefeito Alceu Collares estabeleceu que seria das 10 às
16h30 min. Nosso projeto é de 1991 e
agora o colocamos, novamente, em Pauta para que o horário seja das 9h às
17h, e no dia de pagamento da Previdência Social, no fim do mês, sejam
respeitados aqueles idosos que vão lá, que seja aberto às 8h da manhã para
atender aos idosos. Naturalmente que, com a ampliação do horário, vai
flexibilizar e diminuir as filas hoje constantes, que têm aumentado e
proliferado o desrespeito dos bancos com a população em geral e, em especial,
com as pessoas mais idosas. Está provado que, nos últimos anos, o setor que
mais auferiu lucro, talvez o único setor que viva realmente em prosperidade
triunfal é o setor dos bancos. A população está à deriva, está na miséria, o
desemprego é recorrente, todo mundo sabe, a contenção de salários, enfim e,
justamente, aquele setor que mais está bem no país, mais fatura é o que mais
restringe o bem-estar da população, haja vista, as filas, o sofrimento,
principalmente, das pessoas idosas para receber seus parcos Reais ao final de
cada mês.
Portanto,
está à consideração dos nobres pares este Projeto que nós, mais tarde,
voltaremos a discutir. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
nós temos conhecimento do Projeto do Ver. Nereu D’Ávila, que já remonta há duas
Legislaturas, porque é de 1991. Porém, existe Projeto de igual conteúdo desta
Vereadora, tramitando na Casa, da Legislatura passada. Eu alerto a V.Exa. no
sentido de que nós tratemos sobre a natureza dessas propostas, inclusive, como
faremos tramitar projetos que têm a mesma natureza?
O SR. PRESIDENTE: Vereadora,
só existe uma possibilidade regimental, ou seja, o Projeto que ingressou
primeiro é o principal e o outro substitutivo.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, então Requeiro a V. Exa.
que determine estudos para que possamos saber como devemos nos comportar,
respeitando o Regimento, diante de Projetos, de mesma natureza, em tramitação
na Casa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere a sua solicitação,
Vereadora. Registramos a presença do nosso companheiro Cassiá, um grande
jogador do passado e, hoje, um grande técnico de futebol e Suplente de Vereador
pela Bancada do PTB, nesta Casa. Um grande abraço.
O
Ver. José Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
pretendo, ainda na próxima Sessão, voltar a debater Projeto de minha autoria
que está em segunda Sessão, que é o Projeto que institui o sistema municipal de
ensino. Por hora, quero apenas esclarecer a esta Casa alguns pontos
preliminares. O primeiro é lembrar que este Projeto esteve para ser votado ao
apagar das luzes do ano passado e, depois de ter entrado na Ordem do Dia, foi
sendo sistematicamente rechaçado da Ordem do Dia, até que, por fim, se disse
que o Projeto não poderia ser votado por falta de tempo para um maior
aprofundamento. O Projeto não foi votado, embora eu insistisse, na época, que
ele não era polêmico porque praticamente não trazia nada de novo, a não ser o
que já está dito na LDB. E, é em cima dessa lei maior, lei federal - LDB - que
este Projeto está sendo concebido. Outro esclarecimento: este Projeto foi
elaborado com todo o cuidado e de forma coletiva, com a mais ampla participação
de todos os setores diretamente envolvidos ou relacionados com a questão da
educação. É um Projeto que foi discutido com a Associação dos Trabalhadores da
Educação do Município; foi discutido com o Conselho Municipal de Educação; foi
discutido, também, com a Secretaria Municipal de Educação o que demandou várias
reuniões. Nós fizemos quase que uma síntese, e que resultou neste Projeto, que
estava na Ordem do Dia no final do ano passado. Próximo da votação, que acabou
não ocorrendo no final do ano passado, se fez uma série de emendas para
aperfeiçoar o Projeto. Emendas que também eram fruto de discussões posteriores,
e esta é a única razão para apresentarmos um Substitutivo. Na verdade, o
Substitutivo que estou apresentando, é que incorporou todas aquelas emendas - acho
que mais de meia-dúzia - que visavam aperfeiçoar o Projeto, para que não
precisássemos votar tantas emendas, e também para atender a uma preocupação
desta Casa, que teria mais tempo para
discussão, já que se alegava, naquele momento, que a Casa não tinha
conhecimento, que não teve tempo de discutir. Apresentei um Substitutivo ao meu
Projeto, incorporando aquelas contribuições todas, pois se o Projeto tivesse
sido votado no ano passado, iria ser
votado com as emendas. Então, o Projeto é bastante simples, ele se baseia numa
autorização ou numa permissão que a LDB estabeleceu no sentido de que os
Municípios que assim o desejarem poderão criar o seu sistema municipal de
ensino, coisa que antes não existia, nós só tínhamos o sistema estadual e os
municípios tinham que se adaptar. Pela LDB, os municípios que desejarem,
poderão fazer, ter o seu sistema municipal de ensino, obviamente atendendo e
respeitando àquelas diretrizes gerais. O que traz de importância para o
Município? O Município passa a ter mais autonomia, uma série de tarefas, e uma
série de deliberações que, hoje, são tomadas pelo Conselho Estadual de
Educação. O Município tendo o seu sistema, passa a ser deliberado no
âmbito municipal.
Na
próxima Sessão, eu volto a discutir este Projeto, para trabalhar as questões
específicas que ele introduz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Com a vênia de V. Exa., Sr. Presidente,
faço o Requerimento, já conversei com vários Líderes de Bancada. Considerando a
presença do Frei Irineu e da comunidade da Igreja Santo Antônio do Partenon,
Requeiro que possamos votar inicialmente o PLL nº 015/98 e o PLL nº 022/98,
para, depois, retornarmos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Juarez
Pinheiro. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO .
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ocupo
esta tribuna para me reportar à ação direta de inconstitucionalidade que foi
impetrada pelo Excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre por
ocasião da grande discussão que houve nesta Câmara sobre o uso de poços
artesianos na Cidade. O parecer do Relator, Desembargador Araken de Assis, diz
que não há incompatibilidade entre a lei municipal e a lei estadual. E que se
registre, inicialmente, que muitos poços artesianos estão em pleno
funcionamento em Porto Alegre, inclusive abastecendo hospitais, e nem por isso
ocorreu qualquer tipo de problema na área da saúde pública. Ao contrário; há
provas de que a água proveniente de poços tubulares profundos está menos
contaminada do que a fornecida pelo DMAE. Então, não há motivo para alarme e
nem é o caso de utilizar-se o paradigma da Clínica Santa Genoveva, de
Pernambuco. Não há comparação. Por outro lado, diz que percebe-se que não há
incompatibilidade entre a lei municipal e a lei estadual, porque esta não
proíbe a utilização de água de poços artesianos. Não há usurpação da
competência legislativa por parte do Município. Chega-se à conclusão de que o
Município pode legislar sobre aquilo que não foi objeto de deliberação da União
ou do Estado. Como não há norma disciplinando a matéria, objeto do parágrafo
único, artigo 13, da Lei 395, não há inconstitucionalidade a ser reconhecida. E
diga-se de passagem que a legislação estadual invocada na inicial, pelo
proponente é de 1974 e não de 1992. Portanto, sob a égide de um ordenamento constitucional muito superior.
Conclui,
que o Poder Público Municipal admite a existência de poços artesianos e que
estabelece forma de controle sobre sua exploração, mas, curiosamente, não
permite o uso da água.
Como
pode ser inconstitucional uma norma que obriga a desinfecção de água antes de
ser fornecida à população? Não há plausibilidade na argumentação de
inconstitucionalidade no artigo 53 da Lei Municipal n.º 395/96.
Esses
dispositivos não foram objeto de Emenda pela Câmara de Vereadores, já que
constavam do Projeto de Lei original, enviado pelo próprio proponente ao
Legislativo Municipal em 29 de dezembro de 1994. Em 1994 o Município ainda não
era responsável pela vigilância sanitária das águas e, ao assumir a
responsabilidade por esta área e aprofundar a realização de ações preventivas e
corretivas, em benefício da saúde da população, verificou-se que o texto desses
artigos, no Código, contraria o previsto na legislação estadual e federal.
Incompreensíveis
essas razões de Veto, porque esta legislação já existia quando da elaboração do
Projeto de Lei e não tratam da matéria em discussão especificamente -
vigilância sanitária das águas -, mas apenas se o Município é competente ou não
.
Daí
a grande necessidade de o Município fiscalizar o uso, porém e por fim, os votos
de todos os Desembargadores, que votaram de acordo com o Eminente Relator,
Desembargador Tupinambá do Nascimento e que julgou pela improcedência da ação
direta de inconstitucionalidade, promovida pelo Município, referente à Lei que
foi aprovada por esta Câmara Municipal.
Por
outro lado, estranha-se que não houve nenhuma comunicação até hoje e
nenhuma iniciativa do Governo
Municipal, pelo seu Executivo, de dar conhecimento à população de Porto Alegre,
à Câmara de Vereadores e a todas as pessoas interessadas que o Executivo
Municipal perdeu a ação. Não tinha razão, tanto que, por unanimidade, o
Tribunal Pleno disse que não é inconstitucional e que estava em boas condições
legais o texto aprovado pela Câmara Municipal de Porto Alegre sobre o uso das
águas dos poços artesianos, coisa que para nós é da maior importância e,
evidentemente, divorciado do interesse longinquamente situado do Executivo
Municipal em relação a esta Câmara. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Frei Irineu, neste momento,
despede-se, em vista de outros compromissos, depois de sua honrosa visita. E
para todos ele tem uma lembrança que, pessoalmente, passará a cada um, que é um
CD com suas preces. Oportunidade em que
cumprimentará e se despedirá de cada um
dos Srs. Vereadores.
(Suspendem-se
os trabalhos às l5h52min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h54min): Estão reabertos os trabalhos.
Havendo
quórum, passamos à
PROC.
0606/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/98, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que
inclui a Festa de Santo Antônio no Calendário de Eventos Oficiais de Porto
Alegre.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 015/98. (Pausa.)
Em votação. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
quero, inicialmente, dizer que me sinto muito honrado por ter a oportunidade de
colocar, com o presente Projeto de Lei que ora encaminhamos nesta votação, a
possibilidade de que uma das festas mais tradicionais e queridas desta Cidade,
que iniciou a sua trajetória no início do Século que ora finda e que tomou um
vulto extraordinário a partir dos anos 80, seja incluída no calendário oficial
de eventos do Município de Porto Alegre.
Eu
conheci o nosso querido Frei Irineu há alguns anos, em torno de 1990, 1991,
quando, juntos, participávamos da criação de uma das primeiras entidades deste
Estado, de defesa, promoção e proteção do idoso, uma área em que temos ainda
que avançar muito, especialmente nos dias por que passa a humanidade, em que
crianças e idosos são tão excluídos dos valores sociais que a vida oferece.
Durante meses, elaborando os estatutos, recebendo a contribuição do Frei Irineu
e das pessoas que com ele militam nessa área, eu tive a oportunidade de
conhecer a grandiosidade e a importância desse cidadão para a vida desta
Cidade. O Frei Irineu tem a rara sensibilidade de fazer a mixagem entre o
sentimento popular mais espontâneo e a atividade estatal. O Frei Irineu é uma
figura que merece, como está, agora recebendo, o carinho de todos os
parlamentares, o reconhecimento pela atividade comunitária que executa.
Numa
dessas conversas, mais recentemente, o Frei Irineu visitando esta Casa,
conversando com os Vereadores manifestava seu interesse em tornar ainda mais
grandiosa a obra que realiza, no que tange a questão social.
Entendemos,
naquele momento, a importância que seria para a Cidade e para a obra que
realiza que esse evento tomasse um outro patamar, que esse trabalho comunitário
pulasse de nível. Assim como na química quântica, Ver. Pedro Américo Leal,
quando um elétron recebe energia não pode ficar mais naquele nível e tem que
passar para o nível, imediatamente superior. Assim é a obra que se realiza na Igreja
Santo Antônio do Partenon.
Esse
Projeto nós colocamos em votação pelo art. 81, apesar de já ter recebido
parecer da Comissão de Constituição e Justiça, porque a Festa de Santo Antônio,
tão tradicional, realiza-se no dia 13 de junho, e gostaríamos que já, neste ano
de 1998, quando da realização dessa atividade, a comunidade da Igreja Santo
Antônio do Partenon já recebesse o apoio, na medida do possível, do Poder
Executivo, já que é uma festa tão tradicional e atrai milhares e milhares de
peregrinos a cada dia 13 de junho nas festividades que realiza.
Essa
Festa é antecedida de uma série de promoções, ao longo dos meses e culmina no
dia 13 com uma procissão que percorre as principais ruas da Cidade de Porto
Alegre.
Santo
Antônio Casamenteiro, como é chamado, é tão conhecido das pessoas e da
comunidade, e daquele campo mais popular, que eu gostaria de dizer um pouco da
história dele. Sinto-me tranqüilo e honrado de fazer esta homenagem, porque
Santo Antônio, apesar de descendente de nobres, foi alguém que se dedicou
imensamente aos mais humildes. E a sua pregação em prol dos mais humildes fez
com que, à época, a Igreja Católica verificasse seus dons e o colocasse como
uma das principais bases da inter-relação, naquela época, com as pessoas mais
pobres.
Então,
Frei Irineu e comunidade da Igreja Santo Antônio do Partenon, sinto-me
imensamente honrado e tenho certeza que a Cidade de Porto Alegre também. E dia
13 de junho teremos, pela primeira vez, oficializada a Festa de Santo Antônio,
que com certeza será um encontro, um momento especial na vida desta Cidade.
Parabéns à comunidade da Igreja Santo Antônio do Partenon. Muito obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Frei
Irineu, que sempre nos honra com a sua presença. Presença essa que traz aquilo
que a ciência médica chama de endorfina. Nós temos a adrenalina, que é um
processo químico que produz a doença no organismo, e temos a endorfina, que
produz a alegria e a satisfação. V. Sa. sempre nos causa esse bem-estar, essa
alegria, essa espiritualidade, e isso que V. Sa. carrega nos agrada muito.
Aproveitamos para agradecer o “CD” com as preces que recebemos.
Esta
Casa nada mais faz senão pôr em prática as ações que a Igreja de Santo Antônio
realiza ao longo do ano e, principalmente, as festas de Santo Antônio, no dia
13 de junho. Eu sou um devoto de Santo Antônio; nasci em Santo Antônio da
Patrulha, e sempre tenho participado das festividades em Santo Antônio, durante
semanas, nas festividades em que se comemora o dia do padroeiro do meu
Município. O nome de Santo Antônio da Patrulha do Registro se deu, porque foi
fundado no dia 13 de junho; e Patrulha
do Registro, porque lá havia uma patrulha, onde era controlado o gado, que era
levado à fronteira para os Campos de Cima da Serra.
A
homenagem que a Casa presta, Ver. Juarez Pinheiro, por seu intermédio, por sua
iniciativa, incluindo a Festa de Santo Antonio no Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre é extremamente justa, porque tem grande significado
para a população. Não só para a população católica, mas para a população de um
modo em geral, por toda uma invocação, por todo um processo de integração
social, humana, solidária, fraterna e por tudo aquilo que a Paróquia de Santo
Antônio realiza, pela sua filosofia, pela sua pregação em busca de melhores
dias e pela paz.
Esta
é uma tarde inteligente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em que a Casa
consagra a Festa de Santo Antônio, incluindo-a no Calendário de Eventos
Oficiais. Receba, Frei Irineu e, também, Ver. Juarez Pinheiro, a nossa
homenagem, por essa iniciativa. Com isso estamos fazendo cidadania, fazendo
integração. Santo Antônio foi aquele que se preocupou com os despossuídos, com
os pobres, e tinha essa grande virtude que nós, lá no interior, sempre
destacamos é o santo casamenteiros. É àquele que as moças, durante a semana de
Santo Antônio, fazem os mais diferentes pedidos para terem um casamento, para
terem felicidade. Então, Santo Antônio, além da sua obra meritória que fez, e
os seus seguidores o fazem, a sua igreja faz, Santo Antônio carrega também essa
grande virtude que é a de construir a família. Recebam todos a homenagem, mas
que o Padre Irineu seja portador da homenagem da Casa, neste Projeto tão
importante que foi apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para falar em nome do PSB.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Frei
Irineu, Comunidade Santo Antônio. Gostaria, primeiramente, de parabenizar o
Ver. Juarez pinheiro pela sua brilhante iniciativa, como paroquiano e morador,
eu sou morador da Luiz de Camões e fico bastante feliz por essa iniciativa. É
importante, para os que não conhecem, saber que existe um slogan na igreja:
“Todo dia 13 é dia de Santo Antônio “. E eu comecei, como paroquiano, na época
do Frei Antônio de Caxias, Frei Juca, Frei Costella e depois, nesses últimos
anos, o Frei Irineu. Digo isso com muito orgulho, porque a minha filha Letícia,
a caçula, é catequista da Paróquia Santo Antônio. Eu fiz pedido ao Frei:
mudá-la, para tirá-la do Jardim América e colocá-la na Paróquia, mas ainda não
tive essa concessão. Eu acho que isso é muito importante, porque àqueles que
tem fé e acreditam, sabem o que é a Romaria de Santo Antônio, são missas de
manhã, de tarde e à noite, onde milhares e milhares de pessoas vão lá buscar
algum conforto. E esse conforto o Frei Irineu, junto com os demais capuchinho,
que pertencem a Ordem de São Francisco de Assis, que doou sua vida a sua vida
toda em função dos outros, que continue com essa obra tão importante, e quem
tem a lucrar com isso não é somente a comunidade de Santo Antônio, do Bairro Santo
Antônio, mas, sim, a comunidade de Porto Alegre, o estado do Rio Grande do Sul,
porque, hoje, a Festa de Santo Antônio não se limita somente ao bairro, é uma
festa da Cidade e do Estado. Portanto, parabéns a todos nós moradores de Porto
Alegre. Muito obrigado.(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, para encaminhar o PLL nº 015/98.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus
senhores, minhas senhoras, Frei Irineu Costella, diz o anedotário popular que
“ninguém quer ver o óbvio”. O óbvio, com muita freqüência, é repelido pelo
nosso próprio inconsciente. O Ver. Pedro Américo Leal, que é o nosso mais
Ilustrado dos pares, com experiência parlamentar, com vôos mais altos realizados
por inúmeros anos no Parlamento Brasileiro, há poucos dias, debatendo outro
Projeto, dizia: “Mas isso aqui é tão simples que eu até pensei que já existia.”
Se insere nesse rol de considerações a feliz iniciativa do Ver. Juarez
Pinheiro, que é tão simples, tão óbvia, tão clara, tão correta, tão certa, que
todos pensavam que já existia, mas, na verdade, não existia. Foi preciso que
esse astuto e competente Vereador que, pinçado essa realidade não-consagrada na
ordem legal, buscou, pela sua iniciativa, a chancela do Legislativo de Porto
Alegre. Chancela natural e tranqüila, e que até leva um sentimento de culpa,
culpa de não ter feito antes e consagrado, na letra fria da lei, aquilo que já
está no coração e na alma da gente de Porto Alegre. Agora, nós nos encaminhamos
para a decisão que, segura e tranqüilamente, haverá de ser tomada por
unanimidade, eu dizia ao Ver. Juarez Pinheiro que temos uma grande dificuldade,
no dia de hoje, por não ter uma expressão acima da unanimidade - e o Ver. João
Dib diria: “Uma unanimidade com louvor” - pela iniciativa. Seria a única figura
capaz de expressar o pensamento, a posição e o sentimento dos integrantes desta
Casa. Com relação à Paróquia de Santo Antônio do Partenon e o Frei Costella,
Frei Irineu, nós até realizamos algumas coisas, em outras circunstâncias, mas
jamais alguém poderia, na hora da votação, vir aqui entregar um CD com as suas
preces gravadas sem que isso fosse
entendido como um lobby. Somente o
Frei Irineu poderia fazer isso, ele é o próprio lobby, sua presença entre nós desarma qualquer espírito, supera
qualquer desentendimento que possa ocorrer, produz uma unanimidade de
sentimento que não é comum numa Casa Legislativa marcada por dez tendências
políticas que aqui se digladiam, dia a dia, sobre os vários caminhos em que a
Cidade deve seguir. Vem o Frei, com poderes divinos, coloca-se no nosso
Plenário com a imagem do Santo Antônio, que estamos introduzindo na Casa no dia
de hoje, traz consigo as suas companheiras de jornadas, as combatíveis
integrantes da comunidade católica da Igreja Santo Antônio do Partenon e nos
propicia essa virada reflexiva que todos fazemos acerca do significado das
coisas que decidimos aqui na Casa. A obviedade do Projeto de Lei do Ver. Juarez
Pinheiro, pela sua singeleza, pela sua singularidade, traz atrás de si uma
repercussão muito ampla. Quando verificamos que houve um esquecimento da Casa,
no dia de hoje, de não fazer o que vem sendo realizado pela iniciativa do Ver.
Juarez Pinheiro, pode-se chegar à conclusão de que isso é uma marca, de certa
forma, estamo-nos desvinculando daquelas coisas que a Cidade pensa, proclama, que aceita e determina para se enveredar
para outras situações. A Cidade de Porto Alegre é uma cidade complexa mas, ao
mesmo tempo, singular em seus procedimentos. A fé católica, o culto a Santo
Antônio está arraigado na nossa gente. Hoje a Câmara se reencontra com o seu
povo, com a sua gente, com os verdadeiros sentimentos da Cidade. A vocação, a
crença, a solidariedade e o apego popular a Santo Antônio se reflete no
Legislativo, nesta Casa e integra-se, definitivamente, agora, por Lei, naquilo que já estava
definitivamente colocado dentro do coração e da alma da gente desta Cidade.
Muito obrigado, Ver. Juarez Pinheiro e Frei Irineu Costella. Ao Ver. Juarez
Pinheiro pela iniciativa material e ao Frei Costella pela benção espiritual que
dá a essa nossa decisão. Em nome de Deus, nós sempre tivemos Santo Antônio no
coração e agora o estamos colocando dentro da Lei. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para encaminhar.
O SR.
PEDRO AMÉRICO LEAL:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as casas parlamentares são paradoxais, são
casas onde acontece quase tudo. Repentinamente, saímos de grandes debates, de
acalorados enfrentamentos, para grandes abraços e comemorações. É por isso que,
às vezes, um dos guerreiros dessas casas se abate do coração. Poucos percebem
que os políticos vivem de emoções, e o dia de hoje é de emoção também, mas de
uma emoção que faz bem, porque hoje estamos saudando Santo Antônio e, junto com
este, o Frei Irineu Costella, do qual sou cúmplice, porque parece, segundo às
suas declarações, que contribuí para a sua formação. Foi maravilhosa a idéia do
nosso Ver. Juarez Pinheiro, que nos possibilitou, repentinamente, em uma
segunda-feira, antes de esquentarmos os motores para os grandes debates e
discussões, cogitar Santo Antonio. Afinal de contas, este salão, este ambiente
aqui, esparge um aroma todo especial, ao ponto de os pãezinhos de Santo
Antonio, num verdadeiro milagre, não chegarem à ceia do Ver. Reginaldo Pujol, e
irem celeremente ao encontro da Igreja Santo Antonio, o que é uma façanha!
Alguém chegar a ludibriar o Ver. Reginaldo Pujol é realmente uma façanha! Mas,
de qualquer forma, quando saúdo o Frei Irineu, que com sua proverbial
boa-vontade, amizade, com naturalidade já distribuiu entre nós essas músicas
dedicadas a Santo Antonio, eu até olho e vejo uma bem no meio: “Supermercado do
Céu”, e é V. Exa. o indivíduo que apresenta esse supermercado. Por que não
dizer: Santo Antonio é um santo tão intrigante, que escolheu o dia treze,
desafiando todas as teimosias humanas, pois o treze é consagrado ao azar,
justamente para no dia treze de junho ser festejado o seu dia, e eu me lembro
de uma canção popular, que o senhor não conhece, Frei Irineu, que diz assim:
(Lê.)
“ Eu perguntei a São João / se me dava um
cartão / com direito a matrimônio. / São João disse que não. / São João só dá
cartão / com direito a batizado.
São João não me atendendo,
/ a São Pedro fui correndo / nos portões do paraíso. / Disse o velho num
sorriso: / Minha gente, eu sou caseiro, / nunca fui casamenteiro.”
Com esse dito popular, com
esse apanhado de coisas do povo, quero deixar aqui uma saudação ao nosso Santo
Antônio, ao nosso Frei Irineu. São duas figuras inseparáveis e que a Câmara de
Porto Alegre tem a honra e o prazer de neste dia saudar. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. Paulo Brum que assuma a
Presidência, uma vez que o Ver. Juarez Pinheiro faz questão de ficar fora da
Presidência, por ser o autor do Projeto, e este Presidente está inscrito para
falar.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Frei
Irineu, meu companheiro de Bancada que teve esta feliz idéia e como disse o
Ver. Reginaldo Pujol - a obviedade é sempre genial. Então, um assunto que
parecia óbvio que já existia, não existia e estamos aqui distencionando este
Plenário com a presença de Santo Antônio. Ele já está fazendo um determinado
milagre aqui, pois esta Casa tem andado muito agitada e, às vezes, até conflituada e agora estamos calmos.
Fiz
uma promessa para Santo Antônio e até saiu na imprensa, não sei por que vias,
mas descobriram que eu ia rezar para Santo Antônio para dar certo o nosso
casamento no Rio de Janeiro - PT e PDT-, e não deu. Acho que a minha reza não
foi bem encaminhada. A rigor, peço licença para os meus companheiros de Bancada,
além da voz do autor que seria mais do que suficiente, gostaria de trazer o meu
testemunho da importância de termos este tipo de comportamento solidário, que
pessoas viraram santo tenham a capacidade de unir os homens, os simples mortais
que estão aqui na terra. A disputa pelo pãozinho de Santo Antônio, aquele
pãozinho bento pelo Frei Irineu e seus colegas de paróquia, a presença das
senhoras que estão aqui nos honrando nesta tarde de segunda- feira, como foi
dito pelo Ver. Elói, nós queremos dizer que a presença dessa mensagem é
fundamental para todos nós. O povo brasileiro, a Cidade de Porto Alegre, as
pessoas estão precisando fazer essas reflexões sobre a questão da vida e perder
um pouco daquela postura que é uma postura egoísta, individualista, perversa,
muitas vezes, e quando nós professamos algumas idéias
político-programática-ideológicas estamos com essa visão da humanidade, do
humanismo que deve existir entre as pessoas e da necessidade de acabar com essa
disputa fratricida, uma disputa que vem em cima de políticas perversas, de
segregação da sociedade. Eu penso que ninguém mais do que Santo Antônio, se
vivesse hoje, iria sofrer muito mais ainda, porque há aumento da pobreza, dos
despojados e, como foi dito aqui, do número dos descartáveis da sociedade é
muito grande e ele foi um homem que dedicou a sua fé, a sua vida a tentar
soluções para aqueles despojados em todos os níveis. Também acho importante a
Festa de Santo Antônio, não apenas no chamamento à reflexão, à
responsabilidade, a pensar, mas também a festejar a vida em função das luzes
que são trazidas por esse tipo de exemplo. Muitas vezes, aconselhado pela minha
mãe e, depois, até porque ela conseguiu me convencer desde muito jovem, eu sou
um devoto de Santo Antônio, eu penso que ele é meu amigo. Eu trago aqui o meu
apoio ao Projeto do Ver. Juarez Pinheiro e a minha homenagem a toda a
comunidade no sentido de que a gente possa aprovar esse Projeto por unanimidade
e com louvor como uma demonstração ao povo de Porto Alegre da importância de se
colocar no calendário oficial das festas da Cidade o dia 13 de junho, como o dia de Santo Antônio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar o PLL nº
015/98.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, só
poderia partir de um Vereador talentoso, como o é o Ver. Juarez Pinheiro, o
preenchimento dessa lacuna .
Essa
atitude simples, quase banal, de homenagear esse Santo, que preenche as nossas
vidas há tantos anos nesta Cidade. O Frei Irineu nos trouxe este ícone, esta
estátua maravilhosa de Santo Antonio. Em outra oportunidade, o Frei nos trouxe
o pão bento, deixando a nossa tarde muito deliciosa. Agora, foi lançado o CD,
de alta tecnologia, sobre este Santo. Acho que este Santo deve estar cansado de
ser tão piedoso, porque pedem muitas coisas para ele. Como pedem. Eu mesmo já
tive oportunidade de vários dias treze ir à festa dos idosos, que é um dos
espetáculos mais bonitos, alegres e festivos dentro de uma igreja. São festas
autênticas com comida, bebida, dança sem nenhum problema. Então era muito
bonito ver as pessoas saírem de lá reconfortadas por um convívio alegre e
certamente pela presença do Frei Irineu e, um pouco mais acima, de Santo
Antônio que, lá do alto do morro, atende aos pedidos. E que pedidos ele atende?
Ora dos moços e das moças e que pedidos ele atende? Ora, dos moços e das moças
solteiras e que devem ser milhões de pedidos.
Nesta
invasão da lei, que Santo Antônio faz hoje, nesta Câmara, nós também queremos
fazer uma série de pedidos, especialmente os Vereadores da Bancada de oposição.
Pedimos a Santo Antônio que, por favor, tome alguma providência em relação a
“El Niño” para que chova pouco na Cidade, porque os bueiros e os esgotos já não
agüentam mais. E que esse pão bento contamine, com a sua graça, a Administração
Popular para que ela não aumente mais o IPTU; que não deixe aumentar o
transporte coletivo.
E,
para não me estender muito, Frei Irineu Costela, que este Santo casamenteiro,
se ainda lhe sobrar um resto de piedade, meu Santo Antônio, como casamenteiro
que és, que acabe com esse divórcio; que junte novamente - Santo Antônio
casamenteiro - os interesses do povo, tão distanciados dos comandantes do Paço
Municipal! Refaça este casamento, Santo Antônio! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra para
encaminhar.
O SR. PAULO BRUM: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores
Vereadores; querido Frei Irineu Costela, nós, aqui, nesta Câmara, discutimos
tantas leis e, agora, mais recentemente, uma grande discussão que é referente a
uma nova Constituição de Porto Alegre, que é o nosso Plano Diretor.
Mas,
de repente, Frei, quase como se fosse um “flash” divino, o nosso querido amigo
- prezado Ver. Juarez Pinheiro - traz a esta Casa um Projeto que parece tão
simples que, para nós, nos dá um momento de reflexão, um momento de nós,
Vereadores, que trabalhamos com tantas
leis que envolvem o plano material, de repente
passarmos também a refletir um pouco em Deus. Li, em alguma parte, e
trago comigo, dentro da minha constituição humana, que o homem que não tem fé,
pensa que está vivo, mas, na verdade,
vive num mundo de escuridão. Por isso, homenagear a Paróquia Santo Antônio e todos os seus paroquianos é como o
povo homenagear aquele que ainda tem fé. Consideramos que esta lei que estamos
aprovando agora é um ato de fortificarmos a nossa fé em Santo Antônio, fé no
Criador. Parabéns, Ver. Juarez Pinheiro, por esta belíssima homenagem;
parabéns, Frei Irineu, que representa a comunidade da Paróquia de Santo
Antônio; parabéns a todos nós por este momento de reflexão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 015/98, Proc. nº
0606/98. (Após a chamada.) APROVADO
por 25 votos SIM.
Agradecemos
ao Frei Irineu pela presença, embora seja nosso convidado permanente, mas
sabemos que o Frei tem seus compromissos. Estão suspensos os trabalhos por um
minuto para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h40min.)
O SR. PRESIDENTE (às 16h41min): Estão reaberto os trabalhos.
PROC.
0742/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/98, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que
denomina “Passarela CORPA (Clube dos Corredores de Rua de Porto Alegre) dos
Campeões” a elevada localizada na Avenida Goethe, no Bairro Moinhos de Vento.
Parecer
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 022/98,
Proc.0742/98. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.
O
Ver. Carlos Garcia, autor do Projeto, está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, aquela
passarela na Av. Goethe já é um ponto tradicional da nossa Cidade, porque todos
os anos lá ocorre a maratona, bem como inúmeras rústicas. Em baixo dessa
passarela já existe um local onde todos os vencedores das maratonas de Porto
Alegre colocaram os seus pés, tentando passar para a eternidade aquele gesto
dos campeões.
uma
Atendendo solicitação do Clube de Corredores de Porto Alegre, o CORPA, nós
entramos com esse Projeto denominando aquela passarela, na Goethe, de Passarela
CORPA dos Campeões. Nada mais do que uma homenagem aos corredores de rua de Porto
Alegre. Esperamos que os Vereadores sejam sensíveis quanto a essa votação para
que agora, em maio, nós possamos inaugurar essa passarela com esse nome, por
ocasião de mais uma maratona de Porto Alegre.
Por
isso é justa a homenagem neste local, que é o ponto de encontro dos corredores
de nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A circunstância de estar presidindo os
trabalhos e a vontade de encaminhar favoravelmente levam-me a dizer ao Ver.
Carlos Garcia que participei deste o
início deste processo da CORPA, e penso que merecidamente estamos homenageando
este Clube dos Corredores, que tem uma relação antiga conosco, lá no antigo
Sindicato dos Arquitetos, que foi onde nasceu a Rústica de Porto Alegre, que
era chamada na época de Rústica dos Arquitetos. E cito o nome de um dos grandes
entusiastas desta idéia, que é o Arquiteto Paulo Edi.
Está
em votação o PLL nº 022/98 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam,
permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.
PROC.
1351/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/97, que autoriza a alienação por retrocessão
de imóvel remanescente de desapropriação à viúva do expropriado e dá outras
providências.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VIII, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão PLE nº 012/97. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
O SR. JOÃO MOTTA (Comunicado): Sr. Presidente, já é do conhecimento do
Plenário que, a partir de hoje, estará visitando a nossa Cidade o economista
argentino Jorge Luiz Coraggio. Hoje, à noite, ele participa de uma atividade, e
amanhã estará aqui nesta Casa, numa reunião aberta da Comissão de Justiça, às
15h, no Plenarinho, para nos falar sobre a experiência legislativa da Província
de Buenos Aires, a respeito dos grandes empreendimentos e da economia daquela
cidade. Todos nós sabemos que esse tema está sendo debatido aqui na Câmara.
Fica aqui, em nome da Comissão de Justiça e de seu Presidente, Ver. Elói
Guimarães, o convite aos demais Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede esclarecimento ao Vereador,
já que não está com o material na mão, sobre a reunião de hoje à noite.
O SR. JOÃO MOTTA: O economista está na Cidade a convite do
PT, e hoje participará de um debate, aberto ao público, às 19h, no auditório da
Faculdade de Direito da Universidade Federal. E amanhã duas atividades, a
convite de instituições diferentes. Às 12h participa de uma reunião-almoço no
Restaurante Il Gattopardo, a convite da Associação dos Empresários da Azenha; e
às 15h, cumprindo a agenda, participa de uma reunião a convite da Comissão de
Constituição e Justiça na Câmara Municipal de Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: Todos os Vereadores estão sendo
convidados para esse evento que contará com a presença de um técnico de renome
e com conhecimento da matéria que, para nós, passa a ser algo inovador que se
chama “Urbanismo econômico”.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Comunicado): Sr. Presidente, agradeço a
possibilidade de fazer este convite a todos os Vereadores desta Casa para hoje,
às 18horas, participarem da audiência pública que estará ocorrendo no Salão de
Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em defesa da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, onde todas as Lideranças políticas, diversas
personalidades da nossa cidade, ex-alunos e não ex-alunos da UFRGS estarão
debatendo a situação da Universidade. Por isso, convido a todos os Vereadores
para prestigiarem este debate, este evento que é fundamental para a defesa
da universidade pública.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa também observa a todos
Vereadores, que receberam este convite, que é importantíssima a presença nesta audiência pública.
PROC.
1621/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/97, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que
estabelece critérios para a contratação de empresas privadas pelo Município de
Porto Alegre.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela
rejeição do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela
aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada:
pela rejeição do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento da Vera.
Clênia Maranhão que solicita o adiamento, por uma Sessão, da votação do PLL nº
101/97, Proc. nº 1621/97.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Neste
momento, são 16h52min. Este é um Projeto que tramitou, na Casa, no ano passado,
houve uma série de discussões em várias Comissões. Na nossa Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento tivemos uma discussão demorada, eu dei um
parecer sobre esse Projeto, abordei a questão jurídica em última instância; num
certo sentido, passei mais ao largo da questão, já que essa é uma discussão
para o conjunto dos Vereadores e também para a Comissão de Constituição e
Justiça. A Comissão de Economia, Finanças e Orçamento discute o mérito do
Projeto.
Nós
estamos analisando qual é a relação de pessoas que passaram pela administração
pública e, depois, ao saírem, tiveram uma empresa que tenha relações com o
poder público que contrata. Isso sempre envolve finanças do Município,
portanto, o seu orçamento. Achamos que era boa a hora para discutirmos um
Projeto desse teor. Na Europa já há mecanismos, por exemplo, onde pessoas que
já passaram pelo Banco Central de um país, por um determinado período não podem
assumir qualquer função de direção em instituições financeiras.
Houve
uma polêmica, aqui, no ano passado, envolvendo pessoas que passaram pela
administração pública, e não estamos discutindo a relação delas com o poder
público, mas, sim, uma tese. Não estamos dizendo, de antemão, que pode haver
problemas numa relação de alguém que sai de uma administração e vai para a
iniciativa privada. Estamos discutindo que, num mundo entrecortado por
interesses político-sociais e, fundamentalmente, econômicos, a proposta da
Vereadora tem um grande mérito. Por isso, estamos encaminhando contra a
postergação - já é a segunda ou terceira postergação desse debate. Não temos
tantos Projetos e iniciativas na Pauta de hoje. Então, gostaríamos de ouvir as
várias Bancadas discutindo e, posteriormente, encaminhando, para ver como cada
um vai votar sobre essa questão. Sei que temos problemas jurídicos, de
legislação e não sei se conseguiremos sobrepassá-los, já que temos a Lei das
Licitações.
Mas
do ponto de vista da conduta, da moral e da ética, acho que deveríamos
aproveitar esta tarde para discuti-lo,
lastimando que temos um Plenário esvaziado. Eu não entendo como
discussões dessa importância, muitas vezes, são feitas com o Plenário vazio;
várias Bancadas simplesmente saem do Plenário e não participam de um importante
debate como o que estamos fazendo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nós
temos um Requerimento de adiamento de um Projeto que é da maior importância.
Na
verdade, nós já temos, em nível federal, legislação semelhante. E isso que se
conhece, popularmente, por quarentena, é uma norma moralizadora que busca
estabelecer um lapso de tempo razoável entre a saída de uma função pública, de
relevância, e a entrada na iniciativa privada dentro da mesma área ou
assemelhada.
No
passado, as pessoas que se desvinculavam por aposentadoria ou outro motivo, do
judiciário, tinham um período - e, talvez isso volte a ocorrer, é uma tentativa
de segmentos da Ordem dos Advogados do Brasil - em que não poderiam ainda
voltar à advocacia, justamente para
estabelecer uma distância no tempo entre aquela função que lhes dava uma
prerrogativa ou o poder maior do que, normalmente, os profissionais dessa área
têm, quando do retorno à advocacia.
Guardadas
as proporções e diferenças de cada caso, é natural que, na saída de uma função
pública que tenha diretamente ligação com uma determinada área, possa,
eventualmente, se beneficiar da projeção do conhecimento ou das informações
diretas daquele indivíduo, daquele cidadão ou cidadã.
É
importante que haja esse interstício, esse período de tempo em que aquela
atividade é proibida, aquele exercício é proibido para aquele indivíduo que
exerceu a função pública logo antes.
Com
relação ao adiamento, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é fundamental salientar
que, por nós, é óbvio que o Projeto seria desde logo votado e aprovado. Agora
respeito - e o encaminhamento é nesse sentido - a vontade da autora de requerer
o adiamento. Respeito, é claro, os critérios do Ver. Adeli Sell para ser
contra, na medida em que, desde logo, gostaríamos de votar este Projeto e
aprová-lo. Mas, também, por outro lado, como tem sido praxe na Casa, não é
sempre, mas normalmente, se respeita a vontade do autor quanto ao adiamento.
Eventualmente o autor não tem, naquele momento, a garantia de aprovação do
Projeto, ou sente, por algum motivo, que esse não é o mais adequado. A própria
discussão precisa ter mais tempo para ser elaborada ou eventualmente uma
divulgação maior na própria imprensa. Então se respeita a vontade do autor em
vários casos, isso não é absoluto, não estou colocando como uma norma que não
possa nunca ser modificada, mas não
vejo nenhum motivo para que não haja o adiamento. Parece-me que se a autora
requereu nós devemos conferir o direito de ver votado o Projeto na Sessão em
que ela acha mais adequada. É esse o encaminhamento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Após a
chamada.) Resultado da votação: 11
votos SIM, 3 votos NÃO. Não há quórum. Temos apenas 14
Vereadores em Plenário, porém antes de darmos por encerrada a Sessão, damos a
palavra ao Ver. Pedro Ruas
O SR. PEDRO RUAS: (Questão de Ordem): Para a Sessão de quarta-feira, ficamos
com esse Projeto para ser discutido e encaminhado? Não há prejuízo para a
discussão e encaminhamento deste Projeto?
O SR. PRESIDENTE: Sim, Vereador, pois a Sessão não
continua por falta de quórum.
O SR. ADELI SELL: (Requerimento) Sr. Presidente, se possível, que
constasse em Ata que a Sessão foi encerrada às 17 horas 06 minutos por falta de
quórum, nesta segunda-feira.
O SR. PRESIDENTE: Será constado em Ata, Vereador. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h06min.)
* * * * *